segunda-feira, março 7

Mais um Deja vu, e sempre a mesma cena. Eu a chorar em frente ao computador, tu a saires, eu a escrever e a ouvir musica deprimente. Hoje a musica é francesa e o texto é este. Mas hoje a discussão nem teve sentido e não sei se voltas.
Ao primeiro deja vu, pensei que na minha vida passada discutisse muito. Agora, já não sei se é de outra vida ou se é desta.
Ouço mais uma vez a musica. Já lá vão quatro vezes. Presto sempre mais atenção às mesmas palavras, perco-me nelas, perco-me nos meus pensamentos e encontro-me quando sinto a musica a acabar. Não sei até que ponto vais querer isto, tal como não sei até quando vou ouvir esta musica. Não sei se não te vais fartar destas discussões, e dos deja vus que tu certamente sentes também. Eu, ja sabes que vou querer sempre isto, porque mais vale isto do que nada.
Discutimos, gritamos, eu choro e peço desculpa, tu tentas resistir. Olhas-me nos olhos, eu digo que te amo, e nao resistes. A música começa outra vez, já são cinco. É um ciclo vicioso que ninguém consegue parar. Tanto a música como a nossa vida. Depois de dares o braço a torcer, do beijo com lágrimas à mistura e do abraço que parece durar horas, tudo parece perfeito. Tu sorris para mim e garantes-me que nunca me vais deixar, que apesar de seres parvo amas-me para sempre. Eu sinto-me bem e juro-te que não se volta a repetir. Não passa muito tempo e as palavras esvanem-se como o fumo dos cigarros que outrora fumei. Voltamos a discutir, a gritar e a chorar. A quantidade de lágrimas aumenta, tal como a gravidade das discussões. Voltas a olhar para os meus olhos molhados, e dás mais uma vez o braço a torcer. A música, começa outra vez.
 
 

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tu aient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas